quarta-feira, 1 de julho de 2009

1 de julho de 2009

Na concepção do sonho, eu via um homem, entrelaçando seu corpo a um bouquet.
Olhos de inseto: improviso o imprevisto enquanto o abuso cai em cima de mim como uma cruz de sucupira e roída por cupins. Oca, altíssima, bendita; onde eles instauram o caos lascivo e sem odor. Olho do alto da minha pequenez, cintilante e avermelhada, a grande estaca anunciando a chegada de mais uma vigorosa respiração, mais uma queda. A queda dos passos, enquanto o mundo ruge, desfaz num passo retorcido da dança em caixa de fósforos e cabeças de fogo. Estaco no eixo porque talvez o chão seja uma centrífuga, e pelos buracos sei que os olhos me comem inteira, bolinam tudo mais de baixo para cima ainda e giro anti-horário, batendo dentes, destravando maxilar, solto os ossos das carnes pois o pecado que a vida me cospe é maior: insaciável.
O que faço com as dobras e arestas que saem dos meus bolsos enquanto espero na saleta das mil salas? Porque me sujavam de memória infantil enquanto o tecido se desmanchava em cima do corpo, tomado por uma ducha de água sanitária? Digo a verdade que me rasga inteira e depois, num bocejo... vejo a escuridão bem no céu da boca, resplandecente, brilhosa e cheia de muco. Há vida nos passos por entre as poças que reluzem as bundas dos vaga-lumes e os postes, que vão se apagando, na medida em que avanço, e a sombra é mais sombra em cada esquina; num jorrar perfeito, sete faces, sete lados brancos que se esfumaçam perpendicularmente até chegarem ao céu.

Um comentário:

Anônimo disse...

hahaha disse...
(...)

hahaha