sábado, 9 de agosto de 2008

Fluxu

   Decorro no tempo, – este –, que não estarei. Controvérsia nua minha meada, deste desnudo que lhe escrevo sem enxergar ao certo onde é que vou parar, corro sem sair do lugar, sempre estar no mal estar e sou crua. Comi anos luz de qualquer poeira de luar para não sair daqui, não sair do lugar e estar, ficar, estou no ponto “x” e vou continuar, começo assim, vou respirar: o choro estridente, o grito envolto e enlouquecido de uma tempestade tempestuosa mesmo que eu não escolhi, não pude querer, escolheram-me, escolheste, escolhemo-nos.

Disse não estarei, pois estou sem estar, estou sempre em desencontro, me desentendendo, mas estou. Dedos, fibras, suco, saliva. Percorrendo milimetricamente cada tecla, cada vasto pedaço do enluarar que chega sem licença para estacionar no meu lugar. Sempre vai continuar, a eternidade do tilintar de todas as coisas, dos ossos estilhaçados, sumo que percorre cada eco do meu silêncio vazio e a perturbação de Lux. Coisa brilhante, sem definição na minha língua viva e estrangeira. Sou de tantos segredos, mas ainda assim nomeio a perturbação com nome próprio e dignamente diagnosticável; traduzível e, no entanto, por outrens, preterível.

Continua...

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