terça-feira, 11 de março de 2008

A primeira visão

Após abrir os olhos tudo o que enxerguei foi o amor. Amor sabendo que ele não existiria; e se existisse encheria tanto os pulmões... até estourar.

Quis isto quando infante, mas noutros tempos quis só esquecer que talvez as pessoas tenham nascido para amar; senão, qual outra utilidade para viver? pergunta exclusa do meu pensamento.

E meu corpo fora lançado contra as rochas, no mar e os olhos fechados outra vez e a coisa especial de não se poder cair: pensei que o amor fosse isso, aquele pelo qual esperamos toda vida... mas como ter a certeza? Gosto das exatidões quando se precisa agarrar numa esperançosa verdade.

Depois de muito adormecida os olhos se abrem enquanto tudo diz: feche os olhos!
E o som denso de água, como o som da morte; onde a noção se perde e o espaço é grande demais. A mistura das águas com os olhos, já cristalinos. A esperança balbuciando frente tudo aquilo. A imensidão.
Acolhida por um universo de água sem fim, que não se espelha e também não multiplica nenhuma vontade, sem dor, fome ou desespero. Talvez isso seja amor.

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